
Já estávamos morando no sítio, precisávamos de um cão.
Saí de casa para ir trabalhar, fui pelo beco do Araçá, que fica em frente de casa.
Perto do portão estava a Shana. Pequeninha, sarnenta, desnutrida e o que mais se possa imaginar. Nem voltei, liguei para casa, por incrível que possa parecer, tínhamos um telefone ruralcel e um celurar, que progresso, e avisei da cachorrinha abandonada no portão.
Quando retornei à noite, a mesma jhá havia se incorporado à casa, mas não dormia dentro e sim na área. De tão pequena, dormia dentro de uma caixa de sapato.
Pelo duro, tinha medo de tomar vacina. Muito obediente. Muito companheira, amiga e solidária.
Um dia, ainda pequena, salvou a vida de uma boxer. Estávamos na frente da casa e ela veio dos fundos latindo muito, passou entre nossas pernas, nos stocando e correu de volta. Fomos ver o que era e a Sissa, boxer ainda pequena, havia caído na piscina e não conseguia sair.
Indiscritível a alegria da vira lata. Saltando em volta da Sissa, lambendo seu corpo como ajudando a tirar o escesso de água. As duas eram quase da mesma idade. uma de raça e outra de todas as raças. Viveram a infância e a adolecência juntas, até que a Sissa engravidou e nasceram os filhotes.
Também nesta ocasião a Shana se dava bem com a Sissa e seus pequenos filhotes, era como uma tia, e era assim que nós a tratávamos.
Mas os filhotes cresceram e, diferentemente da Shana, que nunca alterou sua personalidade, as boxers grandes mostraravam suas garras e atacaram, por diversas vezes a pobre Shana.
Claro que sempre foi bem tratada e cuidada, tanto que ela, juntamente com a Nala foram morar em frente a casa, enquanto que as boxer ficaram com o fundo.
Até que um dia ela pulou também a cerca. Justamente num dia em que não tinha ninguém em casa. Deve ter acontecido algum desentendimento e ela foi, literalmente, estraçalhada pela sua "irmã" e pelas suas "sobrinhas".