sexta-feira, 20 de maio de 2011

Shana



Já estávamos morando no sítio, precisávamos de um cão.
Saí de casa para ir trabalhar, fui pelo beco do Araçá, que fica em frente de casa.
Perto do portão estava a Shana. Pequeninha, sarnenta, desnutrida e o que mais se possa imaginar. Nem voltei, liguei para casa, por incrível que possa parecer, tínhamos um telefone ruralcel e um celurar, que progresso, e avisei da cachorrinha abandonada no portão.
Quando retornei à noite, a mesma jhá havia se incorporado à casa, mas não dormia dentro e sim na área. De tão pequena, dormia dentro de uma caixa de sapato.
Pelo duro, tinha medo de tomar vacina. Muito obediente. Muito companheira, amiga e solidária.
Um dia, ainda pequena, salvou a vida de uma boxer. Estávamos na frente da casa e ela veio dos fundos latindo muito, passou entre nossas pernas, nos stocando e correu de volta. Fomos ver o que era e a Sissa, boxer ainda pequena, havia caído na piscina e não conseguia sair.
Indiscritível a alegria da vira lata. Saltando em volta da Sissa, lambendo seu corpo como ajudando a tirar o escesso de água. As duas eram quase da mesma idade. uma de raça e outra de todas as raças. Viveram a infância e a adolecência juntas, até que a Sissa engravidou e nasceram os filhotes.
Também nesta ocasião a Shana se dava bem com a Sissa e seus pequenos filhotes, era como uma tia, e era assim que nós a tratávamos.
Mas os filhotes cresceram e, diferentemente da Shana, que nunca alterou sua personalidade, as boxers grandes mostraravam suas garras e atacaram, por diversas vezes a pobre Shana.
Claro que sempre foi bem tratada e cuidada, tanto que ela, juntamente com a Nala foram morar em frente a casa, enquanto que as boxer ficaram com o fundo.
Até que um dia ela pulou também a cerca. Justamente num dia em que não tinha ninguém em casa. Deve ter acontecido algum desentendimento e ela foi, literalmente, estraçalhada pela sua "irmã" e pelas suas "sobrinhas".

terça-feira, 10 de maio de 2011

Nala



Inverno de 1998, vinha o Aner pela Alberto Bins e encontrou uma cachorrinha, bem peludinha, bonitinha, sendo chutada por um papeleiro.
Pegou a mesma e me trouxe, sabendo que eu estava indo para um sítio (desde aquela época, minha casa) e seria bem cuidada.
Lembro que fui buscar a Amanda (então com 8 anos) no Colégio Leonardo da Vinci Beta e levei a cachorrinha, ainda bebê, dentro de meu casaco de couro e na chegada mostrei para ela.
Óbvio que ela amou, queria mostrar para todas suas colegas e eu, bem mangolão com aquele bicho debaixo do casaco.
Levamos para casa e lá foi se aquerenciando.
Tinha uma mania, quando nós saíamos de casa, ela se escondia debaixo do porão, acho que temia algo na nossa ausência.
Quando estávamos chegando, fazia muito alarido, correndo junto à cerca do vizinho, latindo, como para mostrar que estava tomando conta do sítio.
O problema é que neste frenesi de mostrar trabalho, despertava a fúria dos outros cães do sítio, principalmente das Boxers que não gostavam de maneira nenhuma dela.
Depois de alguns ataques furiosos, separei as vira-latas das boxers, mas o problema da Nala que ela era muito "mala". Ela pulava a cerca e ficava junto com as boxers novamente.
Isso não tinha problema nenhum, a não ser quando algum movimento maior acontecia, como uma chegada de alguém, no sítio, ou mesmo raios e trovões em tempestades ou foguetórios em vitórias e derrotas da dupla GRENAL.
Dobrei o tamanho da cerca, achei que era impossível ela pular, e demorou bastante tempo para ela conseguir, e conseguiu numa noite de tempestade, onde as boxers estavam muitíssimas nervosas e a atacaram, e sem ninguém para apartar a luta desigual, só restou no outro dia recolher seu corpo e enterrar.